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Status de Selênio e COVID-19: qual o papel da nutrição?

A COVID-19 é uma doença infecciosa respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, identificada, pela primeira vez, em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Sua transmissão se dá principalmente de pessoa a pessoa, pelo contato com gotículas respiratórias da pessoa infectada, caracterizada por um elevado potencial de contágio. De acordo com a OMS, dados atualizados mostram que há em torno de 4.006.257 casos confirmados no mundo, sendo 278.892 fatais até o dia 11 de maio de 2020. No Brasil, foram 155.939 casos confirmados e 10.627 mortes pela COVID-19.

Embora todos os indivíduos sejam suscetíveis ao contágio e à manifestação clínica, grupos considerados de risco, como os idosos, indivíduos com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), bem como aqueles que apresentam deficiência nutricional, podem aumentar a probabilidade de complicações mais graves da COVID-19. É, portanto, necessária uma resposta imunológica adaptativa específica para eliminar o vírus e impedir a progressão da doença nos estágios de incubação e não severos.

Nesse cenário, a nutrição apresenta um papel fundamental no combate à doença, como uma medida preventiva e protetora, melhorando a resposta imune do paciente. Um dos micronutrientes fundamentais para a resposta imune é o selênio, que desempenha ação modulatória efetiva em diversos processos fisiológicos. A deficiência de selênio, que é o principal regulador da expressão de seleno proteína, tem sido associada à patogenicidade de vários tipos de vírus.

Um recente estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition (2020), realizou uma análise retrospectiva de base populacional com os casos confirmados de COVID-19 nas províncias da China, correlacionando as taxas de cura pelo vírus com status de selênio. Comparada com outras cidades, Enshi apresentou um índice maior de casos de cura e também maior ingestão/status de selênio (média ± DP: 3,13 ± 1,91mg/kg para mulheres e 2,21 ± 1,14mg/kg para homens), já em outras províncias, as taxas de mortalidade foram comparadas com a baixa ingestão de selênio (16µg/dia).

De acordo com Avery e Hoffmann (2018), a infecção viral aumenta simultaneamente a demanda por micronutrientes, causando sua perda. Portanto, a suplementação desse micronutriente em doses adequadas é essencial nos casos de patogenicidade, aumentado o efeito imunomodulador, bem como no caso de indivíduos sadios como uma medida preventiva e profilática. A recomendação da IDR destaca que a dose específica para adultos sadios é de 34µg/dia, encontrada em alimentos como a castanha-do-pará. A nutrição se faz presente novamente como uma estratégia essencial na manutenção e homeostase do organismo em diferentes situações clínicas.

Referências

OMS, Organização Mundial da Saúde. Folha informativa – COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus). Disponível em: <https://www.paho.org/bra/>. Acesso em: 12 maio2020.

BUTLERA, M.J.; BARRIENTOS, R.M. The impactofnutritionon COVID-19 susceptibilityandlong-termconsequences. Brain, Behavior, andImmunity, US, p. 1-2, 15 abr. 2020.

PROMPETCHARA, E. et al. Immune responses in COVID-19 andpotentialvaccines: Lessonslearnedfrom SARS and MERS epidemic. AsianPac J AllergyImmunol, Bangkok, p 1-9, mar. 2020.

AVERY, J.C.; HOFFMANN, P.R. Selenium, Selenoproteins, andImmunity. Nutrients, Hawai, p 2-20, set. 2018.

GUILLIN, O.M. et al. Selenium, Selenoproteinsand Viral Infection. Nutrients, p2-33, 4 set. 2019

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