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Silício Orgânico na Manutenção da Estrutura da Pele, dos Cabelos e das Unhas

A presença de espécies reativas de oxigênio (ROS) pode causar danos às moléculas, eventualmente, conduzindo a doenças crônicas, além de potencializar o envelhecimento da pele.

À medida que envelhecemos, ocorre redução na síntese de colágeno e queratina da pele, dos cabelos e das unhas, resultando na presença de ressecamento e rugas, queda de cabelo e enfraquecimento ungueal, respectivamente. Além da questão inerente ligada ao envelhecimento, agentes ambientais como poluição, estresse, álcool, tabaco, alimentação desequilibrada, exposição solar, entre outros, quando em longo prazo, podem favorecer processos pró-oxidantes que se refletem na saúde da pele, das unhas e dos cabelos. Nesse sentido, os nutricosméticos vêm sendo utilizados para nutrir o organismo, proporcionando concentrados específicos para a manutenção de estruturas-alvo de cuidados estéticos.

A deficiência de silício no organismo é capaz de causar envelhecimento tecidual, uma vez que este oligoelemento regula o metabolismo de vários tecidos, sobretudo, o tecido conjuntivo, além de ossos e cartilagens. Considerado um “cimento dérmico”, o mineral prepara a derme para o melhor aproveitamento dos nutrientes, sendo essencial para a manutenção da integridade da matriz celular. O silício orgânico, quando administrado via oral, é bem-absorvido e tem função estrutural, agindo por meio de ligações poliuronídicas e com glicosaminoglicanos.

O ensaio clínico randomizado de Battisti (2013) teve por objetivo avaliar os efeitos da ingestão de cápsulas contendo silício orgânico e Spirulina platensis na atenuação do processo de envelhecimento da pele, das unhas e dos cabelos. Foram selecionadas 45 mulheres, com idades entre 40 e 60 anos, divididas em três grupos: grupo controle, grupo silício orgânico e grupo Spirulina platensis. As pacientes foram orientadas a ingerirem, diariamente, cápsulas de efeito placebo, ou 700mg de Spirulina platensis, ou uma cápsula com 200mg de silício orgânico, durante 90 dias. Os resultados apontaram que houve melhora na qualidade da pele, dos cabelos e das unhas, com destaque para cabelos mais penteáveis, macios, brilhosos e crescimento.

Em revisão recente de Schmidt (2018), a autora ressalta que a presença de silício no bulbo capilar apresenta ação antiqueda, também, prevenindo o envelhecimento e a queda dos fios. Portanto, na alopecia, a presença deste ativo estimula o crescimento de cabelos mais espessos e resistentes. Quando ingerido na forma oral, o silício orgânico ajuda na manutenção do folículo piloso, além de promover ações secundárias no fortalecimento das unhas e atenuação das linhas de expressão. Relatos na literatura também chamam atenção para os benefícios no uso tópico do silício para a manutenção e conservação da estrutura da derme, uma vez que ele atua nas fibras de colágeno.

Dessa forma, o uso do silício como coadjuvante na prevenção do envelhecimento cutâneo e enfraquecimento de cabelos e unhas justifica-se pelo fato de amenizar processos naturais à medida que a idade avança, assim, contribuindo para a saúde do organismo e melhora da autoestima, bem como para potencializar o resultado de tratamentos estéticos.

 

REFERÊNCIAS

 

BATTISTI, B.Z. Nutricosméticos no processo de envelhecimento de mulheres. 2013. 112 fls. Dissertação (Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Ciências Biológicas) – Faculdade de Educação Física e Fisioterapia, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2013.

CHRISTOVAM, C.F.; MEJIA, D.P.M. Utilização tópica do silício orgânico no tratamento do envelhecimento facial. [Internet]. Disponível em: <https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/103/22-UtilizaYYo_topica_do_silYcio_orgYnico_no_tratamento_do_envelhecimento__facial.pdf>. Acesso em: 25 mar 2019.

LIMA, C.M. et al. In vitro scavenging capacity of organic silicium (oral anti-aging) against reactive oxygen and nitrogen species. Scientia Plena, v. 10, n. 6, 2014.

SCHMIDT, B.A. O uso do silício orgânico no tratamento para alopecia. Revista UNIPLAC, v. 6, n. 1, 2018.