O suporte nutricional após infecção por COVID-19 necessita ser modulada conformo sintomatologia individual. A biotina, por exemplo, é uma vitamina envolvida em processos relacionados ao metabolismo.
A COVID-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e é caracterizada pela ativação sistêmica do sistema imunológico. Os estudos realizados nos últimos 2 anos vêm buscando a relação entre a COVID-19 e condições dermatológicas, como a alopecia.
Alopécia areata
A alopecia areata é uma doença autoimune caracterizada por perda de cabelo não cicatricial do couro cabeludo, face ou corpo. Por ser não cicatricial, é possível o nascimento de novos fios capilares na região com tratamento adequado, entretanto, pode levar a sofrimentos psicológicos graves e acomete 2% da população.
Apesar de ainda não ser definida com precisão, a relação entre COVID-19 e alopecia tem se mostrado cada vez mais presente devido ao número de casos. Sabe-se que a alopecia areata envolvem a desregulação do sistema imunológico dentro do folículo piloso e, tendo em vista, que o vírus como o SARS-CoV-2 exerce papel significativo no sistema imunológico.
Eflúvio telógeno
Nalbandian et al (2021) em sua revisão aponta que a perda de cabelo é um sintoma predominante e foi relatada em aproximadamente 20% dos sobreviventes da COVID-19 e com maior predominância em mulheres, de acordo com os dados de Lopez-Leon et al (2021).
Essa queixa possivelmente pode ser atribuída ao eflúvio telógeno decorrente da infecção viral e/ou de uma resposta resultante do estresse, fazendo com que ocorra uma transição folicular prematura, passando da fase de crescimento ativo (anágena) direto para a fase de repouso (telógena). Costuma durar em torno de 3 meses, mas pode causar transtornos emocionais significativos.
Biotina
A biotina, também conhecida como vitamina B7, é um cofator que tem participação no metabolismo de glicose, aminoácidos e ácidos graxos. Também desempenha papéis na modificação de histonas, sinalização celular e regulação genética. A recomendação diária para mulheres adultas é 30mcg e pode ser facilmente atendida através da alimentação.
A maior parte da vitamina dietética está presente nos alimentos fontes de proteína e no corpo humano é armazenada no intestino delgado e no fígado. A deficiência de biotina está relacionada com sintomas como dermatite severa, unhas quebradiças e alopecia, onde há perda de fios em couro cabeludo, sobrancelhas e cílios.
Condições de má absorção, alcoolismo, gravidez, uso prolongado de antibióticos e isotretinoína podem prejudicar a absorção de biotina, sendo a suplementação uma forma eficaz de atender essas necessidades aumentadas.
Entretanto, apesar da biotina estar presenta em muito suplementos nutricionais voltados para a nutrição estética, a literatura ainda é contraditória no que diz respeito a suplementação de biotina com altas doses para tratar a queda capilar, visto que, parece ser multifatorial. Além disso, a ingestão exacerbada do nutriente pode levar a resultados laboratoriais falsos devido a interações com marcadores tumorais e cardíacos, como Almohanna et al (2019) relata em seu estudo.
O 7º MBNE acontecerá nos dias 13 e 14 de maio, em São Paulo, e receberá os maiores palestrantes da nutrição estética no país, além das principais marcas de suplementos, nutracêuticos e superfoods durante a Nutri Beauty Expo.
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REFERÊNCIAS
CHRISTENSEN, Rachel e; JAFFERANY, Mohammad. Association between alopecia areata and COVID-19: a systematic review. Jaad Int. Estados Unidos, p. 57-61. 10 fev. 2022. Disponível em: https://www.jaadinternational.org/article/S2666-3287(22)00017-7/fulltext. Acesso em: 24 mar. 2022.
LOPEZ-LEON, Sandra et al. More than 50 long-term effects of COVID-19: a systematic review and meta-analysis. Sci Rep. Houston, p. 1-12. 9 ago. 2021.
NALBANDIAN, Ani et al. Post-acute COVID-19 syndrome. Nat Med. Nova Iorque, p. 601-615. 22 mar. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33753937/. Acesso em: 24 mar. 2022.
ALMOHANNA, Hind M et al. The Role of Vitamins and Minerals in Hair Loss: a review. Dermatol Ther (Heidelb). Arábia Saudita, p. 51-70. mar. 2019. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30547302/. Acesso em: 24 mar. 2022.