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O impacto da melatonina na saúde da mulher

Impacto da melatonina na saúde da mulher.

Melatonina e sono

A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal e sua função fisiológica principal é regular o sono através de mecanismos que identificam o fotoperíodo do dia, atingindo níveis plasmáticos mais elevados durante a noite.

A privação de sono é um problema comum na sociedade moderna, visto que as evidências têm      mostrado que a duração média de sono é de 6 a 8 horas; contra 9 horas observadas há um século. Além disso, em torno de 30% dos adultos dormem menos de 6 horas por noite, alterando o ciclo circadiano e todos os processos que sofrem sua influência.

Sono e fertilidade

Distúrbios de sono em mulheres são comuns em situações como depressão pós parto, gestação, pré menopausa e tensão pré menstrual (TPM). As secreções dos hormônios sexuais esteroides estão em sincronia com o ritmo circadiano, por essa razão, alterações no ciclo circadiano podem levar a infertilidade em mulheres e homens.

A secreção da melatonina aumenta a função reprodutiva ao sincronizar os comportamentos com a estação e o período apropriados para a concepção. Além disso, o hormônio contribui com a proteção do óvulo contra o estresse oxidativo, preservando sua qualidade. Portanto, a privação do sono desregula a secreção endógena de melatonina e prejudica a saúde reprodutiva da mulher.

Melatonina e câncer de mama

No estudo conduzido por Palmer et al. (2020), foi avaliado o impacto da melatonina em pacientes com câncer de mama em quimioterapia em relação aos efeitos em cognição, sono e sintomas depressivos.

As evidências científicas apontam que uma série de cascatas inflamatórias são ativadas por câncer ou quimioterapia, podendo levar a alterações cognitivas e comportamentais disruptivas. Isso porque os processos de neurogênese mediados pelo Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF) ficam mais lentos pelo fato de que a via de sinalização BDNF pode atuar como um regulador da carcinogênese e metástase, possibilitando pior prognóstico.

Os achados mostraram que o uso de melatonina antes e concomitantemente no primeiro ciclo de quimioterapia apresentou melhora da flexibilidade cognitiva e atenção. Isso porque o hormônio atua na neuroplasticidade e tem efeito neuroprotetor nos sintomas depressivos e na qualidade do sono.

Composição corporal e melatonina

Mohammadi e colaboradores (2021) viram que a suplementação de 3 miligramas de melatonina em adultos obesos com sobrepeso ou obesidade I (8 homens e 30 mulheres) por 12 semanas, associada a dieta para perda de peso, pode contribuir com a redução da circunferência da cintura e índice de massa corporal (IMC). Tal achado pode ser porque a melatonina parece aumentar a termogênese através da ativação do tecido adiposo marrom.

Ciclo circadiano

No estudo de Molla e Wondie (2021) foi avaliado a magnitude da prática inadequada da higiene do sono em estudantes de medicina na Etiópia. Os participantes do sexo feminino apresentaram mais sintomas de estresse, depressão e ansiedade e esses foram fatores preditores significativos que mostraram resultar na má qualidade do sono.

A higiene do sono para regularização do ciclo circadiano, comprovada pela literatura científica, inclui práticas e comportamentos, como:

  • limitar cochilos diurnos (até 30 minutos de duração);
  • prática regular de exercício físico;
  • exposição limitada a aparelhos eletrônicos;
  • rotina de horários para deitar e levantar;
  • evitar alimentos e substâncias estimulantes próximos a hora de dormir;
  • diminuir o tamanho das refeições do período da noite.

MBNE 2022

O 7º MBNE será realizado entre os dias 13 e 14 de maio, em São Paulo, e receberá os maiores palestrantes da nutrição estética no país, além das principais marcas de suplementos, nutracêuticos e superfoods durante a Nutri Beauty Expo. Com o tema Nutrição Estética e Saúde da Mulher, o congresso aprofundará a imersão de nutricionistas, médicos e farmacêuticos na ciência da nutrição, fomentando o desenvolvimento da nutrição estética e o crescimento do mercado.

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REFERÊNCIAS

PALMER, Ana Claudia Souza et al. Clinical impact of melatonin on breast cancer patients undergoing chemotherapy; effects on cognition, sleep and depressive symptoms: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Plos One. Brasil, p. 1-24. 17 abril 2020. Disponível em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0231379. Acesso em: 16 fev. 2022.
LATEEF, Olubodun Michael; AKINTUBOSUN, Michael Olawale. Sleep and Reproductive Health. Journal Of Circadian Rhytms. Ng, p. 1-11. 8 jan. 2020. Disponível em: https://www.jcircadianrhythms.com/articles/10.5334/jcr.190/. Acesso em: 16 fev. 2022.
MOHAMMADI, Salman et al. Melatonin Supplementation and Anthropometric Indices: a randomized double-blind controlled clinical trial. Biomed Research International. Irã, p. 1-9. 11 ago. 2021. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/bmri/2021/3502325/#discussion. Acesso em: 16 fev. 2022.
MOLLA, Alemayehu; WONDIE, Tirusew. Magnitude of Poor Sleep Hygiene Practice and Associated Factors among Medical Students in Ethiopia: a crosssectional study. Hindawi. Etiópia, p. 1-7. 16 fev. 2021. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/sd/2021/6611338/#discussion. Acesso em: 16 fev. 2022.

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