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Meta-análise afirma que o magnésio atua como modulador glicêmico

Primeira meta-análise quantitativa sobre a ingestão de magnésio e a prevenção de insuficiência cardíaca e resistência à insulina.

Uma avaliação de 40 estudos prospectivos de coorte, com mais de 1 milhão de participantes, em nove países, recentemente publicada em BMC Medicine, mostrou evidência epidemiológica sobre o efeito protetor da ingestão de magnésio para a insuficiência cardíaca, diabetes e mortalidade por todas as causas.

A análise dose-resposta, com acompanhamento de 4 a 30 anos, revelou que um aumento de 100mg/dia de magnésio na dieta está significativamente associado a uma diminuição de 7% no risco de acidente vascular cerebral, 22% no risco de insuficiência cardíaca, 19% no risco de diabetes tipo 2 e 8% no de doença arterial coronariana.

A evidência apontando que a deficiência de magnésio se associa ao desenvolvimento de diabetes já havia sido relatada em outras revisões sistemáticas da literatura. Seus resultados positivos, conjuntamente à suplementação de magnésio em pessoas com diabetes, com resistência à insulina ou público em geral, forneceram benefícios significativamente maiores na modulação da insulina e nos níveis de concentração glicêmica em jejum.

O magnésio é um mineral essencial para todos os organismos devido ao seu controle na função de enzimas cruciais, incluindo aquelas que utilizam ou sintetizam o ATP. A dose diária recomendada deste nutriente é de 300 a 350mg/dia para um adulto saudável, com um adicional de 150mg/dia durante a gravidez e a lactação. Entretanto, apesar dessas recomendações estabelecidas, a deficiência do mineral continua sendo um problema de saúde pública que precisa ser revertido. Uma causa importante dessa escassez pode ser atribuída à dieta inadequadamente equilibrada ou absorção intestinal reduzida. Além disso, mesmo que as fontes principais deste mineral, entre elas, os vegetais de folhas verde-escuras, as nozes, o feijão e o cacau, contenham quantidade significativa, a exigência diária nutricional, comumente, não é alcançada, assim, levantando a importância de sua suplementação.

 

REFERÊNCIAS

FANG, X, et al. Dietary magnesium intake and the risk of cardiovascular disease type 2 diabetes, and all-cause mortality: a dose-response meta-analysis of prospective cohort studies. BMC Medicine, v. 14, n. 210, p. 1-29, 2016.

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