Um dos aspectos mais estudados, atualmente, nas pesquisas científicas é a relação entre a atividade física e a longevidade. Tais pesquisas indicam que essa relação é proveniente da atividade física regular, acarretando a diminuição do risco de doenças cardiovasculares e o aumento da expectativa de vida (aproximadamente em dois anos). As evidências epidemiológicas apresentadas permitem concluir, também, que a atividade física está associada com o aumento da mobilidade, da capacidade funcional e da qualidade de vida durante o envelhecimento. No entanto, deve-se enfatizar a importância de se estimular a prática regular de exercícios aeróbicos ou de fortalecimento muscular, o que acarretará em mudanças sistêmicas fundamentais para a longevidade.
Para tanto, um estudo comparou a qualidade de vida de 238 idosas, com média de idade de 69 anos, residentes no município de Aracaju e com distintos níveis de atividade física. Identificou-se uma diferença significativa entre o nível de atividade física e a qualidade de vida relacionada com a saúde, pois os resultados sugeriram que as mulheres idosas mais ativas apresentaram melhores resultados nos oito domínios de qualidade de vida investigados, que foram: capacidade funcional, aspectos físicos, presença de dores, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.
O impacto positivo da atividade física regular em aspectos cognitivos, na saúde mental e no bem-estar geral do indivíduo durante o processo de envelhecimento é evidenciado em diversos estudos clínicos. Entre eles, destaca-se o efeito da atividade física, mais especificamente da caminhada, na diminuição do risco de demência vascular e nota-se um menor declínio cognitivo naqueles que apresentam hábitos saudáveis. O exercício pode elevar o BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) e outros fatores de crescimento, estimulando a neurogênese, mobilizando a expressão de genes que beneficiam o processo de plasticidade cerebral, aumentando a resistência do cérebro ao dano e, consequentemente, melhorando a aprendizagem e o desempenho mental.
Além disso, entre os diversos fatores positivos que essa prática proporciona, destaca-se, também, o benefício desencadeado em relação à saúde emocional das pessoas quanto ao reforço da autoestima, associada à melhor imagem corporal e à autonomia que advém da maior mobilidade física que os exercícios físicos desencadeiam. Por isso, vale ressaltar que o incentivo dos profissionais de saúde é fundamental para que as pessoas adquiram esse hábito e extraiam os resultados benéficos em relação à saúde.
REFERÊNCIAS
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