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Fitoativos complementares no tratamento da mulher com endometriose

A endometriose é um quadro que afeta cerca de 10 a 15% da população feminina em idade reprodutiva, caracterizado pela inflamação e expansão do tecido semelhante ao endométrio para fora do útero (CHAUHAN et al., 2022). Por sua complexidade, muitos pesquisadores dedicam-se a compreender as principais condutas para a melhora dos sintomas, como a fitoterapia.

Endometriose: o que é necessário compreender?

Como mencionado anteriormente, a endometriose é um distúrbio do sistema reprodutivo feminino, que causa inflamação, afetando os ovários e o peritônio e, consequentemente, causando um desconforto no período 

menstrual. Em busca da melhora do quadro, muitas mulheres procuram por terapia hormonal com progesterona, tendo em vista o potente efeito antiproliferativo do endométrio.

 Dentre os sintomas mais relatados é comum que as pacientes relatem a piora de cólicas menstruais; dor pélvica; incômodo na região sacral; dores durante ovulação e relação sexual; fluxo menstrual irregular; alterações gastrointestinais; entre outras (SMOLARZ et al., 2021).

 Além disso, o diagnóstico do quadro pode evoluir e invadir a musculatura uterina (adenominose), que tem como sintomas a dor abdominal baixa e sangramento menstrual anormal, tendo como tratamento único a cirurgia (GUO, 2020).

Estilo de vida e qualidade nutricional no desenvolvimento do quadro

Sem causa conhecida, o desenvolvimento de endometriose pode ser influenciado pelo estilo de vida e pela qualidade nutricional. Um artigo conduzido por Habib et al. (2022) sugere que o excesso de peso ao nascer e durante o decorrer da vida é capaz de aumentar o risco para o diagnóstico positivo.

Nesse mesmo artigo, os autores também apontam a má qualidade nutricional como um dos principais gatilhos, tendo em vista o estímulo que uma dieta desequilibrada possui nas vias inflamatórias. Ainda sobre a alimentação, dados apontam que o consumo de 2 ou mais porções de carne vermelha por dia é capaz de aumentar o risco em 56% (YAMAMOTO et al., 2018).

Fitoterapia como tratamento: o que a ciência diz  sobre?

A prática de atividade física diária, associada a uma alimentação equilibrada, rica em fibras, vitaminas e minerais com potente ação anti-inflamatória, tem sido apontada como uma via de tratamento para mulheres que sofrem com endometriose, entretanto estudos analisam os efeitos da fitoterapia como tratamento complementar.

O consumo adequado e a suplementação acompanhada de fitoquímicos, como os flavonoides, agem como antioxidantes, anti-inflamatórios, imunomoduladores e pró-apoptóticos. Saiba mais sobre o mecanismo deles:

  • Apigenina:

    Presente em alimentos como camomila, salsa e laranja, a apigenina possui potente ação anti-inflamatória, antioxidante, antiangiogênica e antiproliferativa. Um estudo observou o efeito da mesma na resposta de progesterona, sendo essencial para a inibição da proliferação de células endometriais (DEAN et al., 2018).

 

  • Curcumina:

    Derivada do açafrão, a curcumina possui mecanismos muito reconhecidos na medicina tradicional chinesa (MTC). Para a mulher que sofre com endometriose, o seu consumo interfere na modulação dos níveis de estrogênio, assim, reduzindo a quantidade de células endométricas (BALAN et al., 2021).

 

  • Quercetina:

    Encontrada em frutas de coloração vermelha, como a maçã, a quercetina atua na inibição do crescimento de células com potencial cancerígeno e, como antiproliferativo, em células endometrióticas. Além disso, seu consumo age como antiestrogênica (BALAN et al., 2021).

 

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REFERÊNCIAS

  1. CHAUHAN, Saurabh et al. Endometriosis: a review of clinical diagnosis, treatment, and pathogenesis. Cureus, [S.L.], p. 1-8, 6 set. 2022. Cureus, Inc.. http://dx.doi.org/10.7759/cureus.28864. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9537113/
  2. SMOLARZ, Beata et al. Endometriosis: epidemiology, classification, pathogenesis, treatment and genetics (review of literature). International Journal Of Molecular Sciences, [S.L.], v. 22, n. 19, p. 10554, 29 set. 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ijms221910554. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8508982/
  3. GUO. The Pathogenesis of Adenomyosis vis-à-vis Endometriosis. Journal Of Clinical Medicine, [S.L.], v. 9, n. 2, p. 485, 10 fev. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/jcm9020485. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7073526/
  1. HABIB, Nassir et al. Impact of lifestyle and diet on endometriosis: a fresh look to a busy corner. Menopausal Review, [S.L.], v. 21, n. 2, p. 124-132, 2022. Termedia Sp. z.o.o.. http://dx.doi.org/10.5114/pm.2022.116437. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9528818/
  2. YAMAMOTO, Ayae et al. A prospective cohort study of meat and fish consumption and endometriosis risk. American Journal Of Obstetrics And Gynecology, [S.L.], v. 219, n. 2, p. 178-178, ago. 2018. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.ajog.2018.05.034. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6066416/
  3. DEAN, Matthew et al. The Flavonoid Apigenin Is a Progesterone Receptor Modulator with In Vivo Activity in the Uterus. Hormones And Cancer, [S.L.], v. 9, n. 4, p. 265-277, 7 maio 2018. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s12672-018-0333-x. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6222006/
  4. BALAN, Andreea et al. An Overview on the Conservative Management of Endometriosis from a Naturopathic Perspective: phytochemicals and medicinal plants. Plants, [S.L.], v. 10, n. 3, p. 587, 20 mar. 2021. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/plants10030587. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8003677/
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