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Displasia mamária: manejo dietético no quadro de mastalgia

Alteração fibrocística da mama é uma condição comum da displasia mamária, benigna e acomete de 13,5 a 42% das mulheres em idade reprodutiva, sendo não proliferativa e/ou proliferativa.

As alterações proliferativas incluem nodularidade mamária (presença de macro e micro cistos) que pode ser tanto localizada, como difusas; adenose, ou seja, aumento do tamanho ou do número de cistos; metaplasia apócrina e fibrose. Em relação as alterações não proliferativas, pode ocorrer adenose esclerosante e papilomatose intraductal, os quais estão relacionadas com aumento do risco de câncer de mama.

A mastalgia pode ser cíclica ou contínua; sendo a dor geralmente bilateral e com cerca de 5 dias de duração. Costuma ser mais intensa antes da menstruação e geralmente termina após a menopausa. Secreção mamilar e alterações na aparência do mamilo também podem ocorrer nesse quadro.

 

Mastalgia na displasia mamária

A prevalência de dor mamária atinge de 41 a 69% das mulheres que são acometidas por mastalgia cíclica; e a dor costuma durar mais de 5 dias em um ciclo.

A causa da fibrocística mamária é desconhecida, no entanto, parece que o desequilíbrio dos hormônios reprodutivos pode colaborar para o quadro, como aumento de estrogênio, deficiência de progesterona e hiperprolactinemia; além de alterações dos hormônios tireoidianos, estresse, metilxantinas e deficiência de ácidos graxos insaturados.

As opções de tratamento são intervenções farmacológicas com terapias hormonais (contraceptivos orais, por exemplo); e não farmacológicas, como métodos de relaxamento e ajuste dietético.

 

Manejo dietético

A vitamina E é um dos nutrientes mais suplementados para mastalgia fibrocística mamária, visto que, além de seu consumo ser seguro, tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórias, atuando na diminuição da produção de prostaglandinas por inibir a liberação de ácido araquidônico. A vitamina E também pode alterar o nível de andrógenos e gonadotrofinas adrenais, auxiliando na modulação hormonal.

A linhaça é uma semente rica em ácidos graxos insaturados, ácido α-linolênico (ALA), lignanas e antioxidantes. As lignanas têm propriedades moduladoras de receptores de estrogênios, auxiliando na redução de proliferação e crescimento celular no câncer de mama.

Além disso, ALA possui propriedades anti-inflamatórias as quais atuam na redução do estresse oxidativo por meio da diminuição de citocinas pró-inflamatórias através da inativação de NF-kB no núcleo celular. Em relação ao controle da dor, ALA tem efeito anti-histamínico e pode inibir o metabolismo do ácido araquidônico nas vias da lipoxigenase e da ciclo-oxigenase (COX), auxiliando no controle da dor. Esses efeitos foram observados com 3ml/kg ou 2,85g/kg de óleo de linhaça.

No ensaio clínico randomizado duplo-cego de Godazandeh et al. (2021) foi avaliado os efeitos do óleo de linhaça em comparação com a suplementação de vitamina E. 100 mulheres com mastalgia participaram desse estudo, onde o grupo intervenção recebeu cápsulas de óleo de linhaça com 1000 mg de ácido alfa linolênico; e o grupo controle recebeu 200UI de vitamina E duas vezes ao dia por dois meses.

Os resultados mostraram que no início do estudo não houve diferença significativa entre os dois grupos tanto em relação a dor, como na nodularidade. Após o primeiro e o segundo mês de intervenção, ambos os grupos relataram melhora da dor mamária, sem diferenças significativos entre eles. Da mesma forma ocorreu com a nodularidade, mostrando que tanto o óleo de linhaça, como a suplementação de vitamina E podem ser eficazes no quadro.

Ademais, faz-se necessário a redução da ingestão de gorduras saturadas para controle da inflamação e avaliar o consumo de bebidas cafeinadas, devido a presença de metilxantinas e, tendo esta, uma provável relação com causa da fibrocística mamária.

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REFERÊNCIAS

GODAZANDEH, G. et al. The comparison of the effect of flaxseed oil and vitamin E on mastalgia and nodularity of breast fibrocystic: a randomized double-blind clinical trial. J Pharm Health Care Sci. 6 jan. 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33407941/. Acesso em: 4 abr. 2022.

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