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Destoxificação celular: envelhecimento feminino x modulação anti-inflamatória

O envelhecimento é caracterizado por um processo biológico natural, lento e progressivo, no qual ocorrem as mais variáveis alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que reduzem a capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, afetando sua integridade e permitindo a incidência de processos patológicos.

As mulheres idosas superam o número de homens idosos à medida que a idade aumenta, de acordo com o censo do IBGE (2010). Para elas, o chegar do envelhecimento está intrinsicamente relacionado ao acontecimento biológico popularmente conhecido como “menopausa” que é a fase da vida da mulher que cessa a capacidade reprodutiva.  O envelhecer feminino não é apenas marcado pela chegada do climatério, com o avançar da idade, aumentam os riscos do desenvolvimento de processos inflamatórios e estresse oxidativo.

A inflamação pode ser definida como o conjunto de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas em resposta a estímulos agressivos ao organismo. O estresse oxidativo é caracterizado pelo desequilíbrio no estado redox, devido ao aumento das substâncias pró-oxidantes ou disfunção dos mecanismos antioxidantes. Estes desequilíbrios estão intimamente associados à um estado de inflamação crônica.

O estado de inflamação crônica potencializa o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis mais comuns na velhice, destacando-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM).

Como forma de combater o estado inflamatório e de estresse oxidativo presente, o organismo entra com um mecanismo denominado de destoxificação celular que visa reduzir a possibilidade de uma substância desencadear uma resposta tóxica ao organismo.  Esse processo auxilia na modulação anti-inflamatória que em conjunto dos compostos antioxidantes, produzidos de forma endógena ou exógena, possui o intuito de bloquear e/ou eliminar tais espécies, impedindo a oxidação de biomoléculas.

Fazendo parte das substâncias antioxidantes exógenas classificadas como não-enzimáticas, o Resveratrol (RSV) é um polifénol que apresenta diversas atividades biológicas comprovadas como capacidade antioxidante, anti-inflamatória e antitumoral. Além do RVS, há outros compostos bioativos como a curcumina, licopeno e gingerol que atuam na resposta anti-inflamatória devido à capacidade de “sequestrar” espécies reativas de oxigênio em situações de estresse oxidativo celular, exercendo uma diversidade de benefício para a saúde através da ativação de múltiplas vias intracelulares, conhecidas por reforçarem a saúde e aumentarem a expectativa de vida.

Estudos apontam que ter um estilo de vida equilibrado e uma dieta saudável é capaz de reduzir os níveis de marcadores inflamatórios, favorecendo a produção de citocinas anti-inflamatórias, contribuindo para a prevenção ou o controle da resistência insulínica, das dislipidemias e de outras condições metabólicas relacionadas à manifestação de doenças crônicas não transmissíveis características do processo de senescência.

O Dr. Salvador Talon abordará em sua palestra do Módulo Pro-Aging do MBNE 2020 como a destoxificação celular pode retardar o envelhecimento feminino através da modulação anti-inflamatória.

 

REFERÊNCIA

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ALVES, A. C. L.; et al. O resveratrol como uma molécula anti-envelhecimento. Dissertação Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Faculdade de Ciências e Tecnologias da Saúde. Lisboa, 2015.

BASTOS, D. H. M.; ROGERO, M. M,.; ARÊAS, J. A. G. Mecanismos de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia 2009; 53:53-5.

CENSO DEMOGRÁFICO 2010. Metodologia do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013 (Série Relatórios Metodológicos, v. 41).

FERREIRA V. N; et al. Menopausa: marco biopsicossocial do envelhecimento feminino. Psic Soc. 2013;25 (2):410-9.

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