A comunidade científica já tem bem estabelecida a importância do intestino para o organismo. O funcionamento adequado desse órgão é essencial para a digestão e metabolismo dos macros e micronutrientes, além de ser uma barreira contra micro-organismos patogênicos.
O que vem ganhando cada vez mais destaque para os pesquisadores é a relevância do microbioma intestinal e a sua relação com o sistema nervoso central. Trata-se de uma comunicação bidirecional, denominada de eixo intestino-cérebro. Estudos confirmam que o microbioma intestinal atua como regulador da ansiedade, humor, dor e cognição e indicam que o nervo vago parece ser o principal intermediário nessa comunicação, sendo capaz de detectar os metabólitos presentes na microbiota intestinal e levar a informação até o sistema nervoso central, resultando em uma adaptação ou resposta.
A composição da microbiota intestinal é determinada por diversos fatores, como idade, etnia, alimentação, colonização materna, uso de fármacos (principalmente antibióticos), genética, estresse físico e psicológico. Um microbioma saudável possui uma relação simbiótica entre os microrganismos e microbiota, denominada de normobiose. Qualquer alteração nessa relação resulta em uma disbiose, podendo levar ao desenvolvimento de diversas condições patológicas.
A existência de uma relação direta entre o intestino e o cérebro faz com que exista uma relação de causa e consequência. Ao expor a microbiota a condições inadequadas, como infecções bacterianas e alimentação não saudável, consequentemente o sistema nervoso central sofrerá alterações negativas; e ao passar por estresse e outras condições psicológicas, o intestino poderá sofrer uma disbiose. Tal fato é reforçado em estudos que mostram que as psicopatologias geralmente estão associadas à problemas gastrointestinais, como a síndrome do intestino irritável e a doença inflamatória intestinal.
A mulher, especificamente, pode ser mais propensa a desencadear transtornos de humor e ansiedade associados ao estresse, uma vez que apresenta multi funções em sua rotina diária, tanto pessoal, como profissional, além de alterações expressivas na sua fisiologia, sobretudo, hormonal. Essa associação também pode sofrer influência das modificações na microbiota intestinal.
No Módulo Modulação intestinal do MBNE 2020, a Dra. Luana Landeiro trará atualizações sobre a relação entre o microbioma e o estresse físico e psicológico na mulher.
REFERÊNCIA
FERNÁNDEZ, M. et al. Breast Cancer and Its Relationship with the Microbiota. International Journal Of Environmental Research And Public Health, Spain, v. 15, n. 8, p.1-20, 14 ago. 2018.
ROQUE, A. T, MAGALHÃES, M. C, TAKETANI, N. F. Microbioma Intestinal: Seu potencial como um novo alvo terapêutico. Ensaios Usf, São Paulo, v. 1, n. 11, p.14-31, 17 dez. 2019.