A comida está inserida em todos os contextos e momentos do cotidiano do paciente. A escolha dos alimentos depende de diferentes fatores envolvidos nas situações em que ele se encontra, sendo conduzidas por emoções, sentimentos e sensações.
Uma pesquisa realizada por Locher et al. (2005) avaliou uma população de 264 estudantes de graduação de uma universidade pública dos Estados Unidos que foram convidados a portar para seus colegas uma comida que promovesse sensação de bem-estar e conforto. Os participantes levaram diferentes comforts foods para a avaliação e categorização dos alimentos. Os pesquisadores estabeleceram quatro categorias, após separação e observação: comidas nostálgicas, comidas de indulgência, comidas de conveniência e comidas de conforto físico.
Comidas de indulgência
Esses tipos de comidas foram associados a situações de prazer, deixando de lado preocupações relativas aos aspectos nutricionais. São aqueles alimentos ou bebidas que nos despertam sentimentos de bem-estar momentâneo, mas que, para muitos pacientes, pode gerar sentimentos posteriores de culpa, principalmente se a ingestão ocorrer em grande quantidade. Ou seja, seu consumo pode ser revertido por tristeza e angústia. É bem comum em pacientes que estão em fase de emagrecimento e modificam a rotina para atender a uma necessidade alimentar emocional.
Comidas de conveniência
Aquelas cujo principal critério é a possibilidade do acesso e consumo imediato. É uma categoria exemplificada pelos snacks e produtos prontos, que geram conforto emocional atrelado à praticidade. Observa-se, nessas escolhas, a comodidade.
Comidas nostálgicas
Pacientes que estão temporariamente desconectados de suas famílias. As comidas nostálgicas são intimamente ligadas ao passado dentro de contexto familiar. Ocorrem associações como a lembrança de ser cuidado por alguém e as refeições compartilhadas com pessoas ligadas sentimentalmente
Comidas de conforto físico
Aquelas que possuem características físico-químicas capazes de proporcionar ao indivíduo um bem-estar físico, além de emocional. A pesquisa de Locher levantou preferências em relação a esses aspectos, como alimentos crocantes, bebidas alcoólicas, chá e café. Destaca-se, também, que o maior número de citações foi destinado ao chocolate e às preparações em que ele é o ingrediente principal. Esse fator é fisiologicamente explicado por conta da composição nutricional de alimentos, que ajudam a proporcionar essas sensações.
O nutricionista deve considerar, em seu planejamento nutricional, as categorias de comidas mais encontradas nas rotinas de seus pacientes, dessa forma, buscando estratégias para equilibrar essas escolhas. Atualize-se sobre Nutrição & Comportamento no MBNE 2020.
REFERÊNCIAS
LOCHER, Julie et al. Comfort foods: an exploratory journey into the social and emotional significance of food. Food and foodways: explorations in the history and culture of human nourishment, v.13, n.4, p.273-297, 2005.