A saúde sexual é caracterizada por processos complexos e multidimensionais que envolvem os sistemas neurológico, endócrino e vascular. A disfunção sexual feminina representa um problema médico e psicológico que impacta negativamente tanto a saúde física como o bem-estar emocional, afetando a autoestima, imagem corporal, relações interpessoais, saúde física em geral e até a fertilidade.
Dentre os fatores de risco modificáveis para as disfunções sexuais, destacam-se obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool e uso de drogas. Por essa razão, mudanças no estilo de vida podem colaborar para melhora do quadro.
Impacto da obesidade nos hormônios sexuais
Sabe-se que a obesidade é fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, entretanto, também pode aumentar a chance de desenvolvimento de depressão em razão do estigma social e da discriminação relacionada ao peso, afetando a autoestima feminina. Além disso, as evidências científicas destacam a interligação entre obesidade, disfunção sexual e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
Na revisão de Mollaioli et al. (2020), foi visto que mulheres obesas tendem a ter menor desejo sexual com alterações em excitação, lubrificação, satisfação e orgasmo. Outro fator que pode explicar a alteração do desejo sexual é a maior concentração de estrogênios e andrógenos decorrente do excesso de tecido adiposo.
Benefícios da atividade física na saúde sexual
Dentre os benefícios já conhecidos do exercício físico, em relação à saúde sexual, os mecanismos da atividade física moderada e intensa promovem o aumento da liberação de óxido nítrico e diminuição do estresse oxidativo. Também impacta positivamente o controle do peso e, consequentemente, leva a efeitos benéficos na autoestima, saúde mental e na melhora do quadro de disfunção sexual.
Especificamente nas mulheres, o exercício físico pode melhorar sintomas típicos da menopausa, principalmente relacionados a humor, sono, ansiedade, depressão e problemas musculoesqueléticos. Esses aspectos influenciam positivamente a imagem corporal feminina com elevação da autoestima, controle do Índice de Massa Corporal (IMC) e, portanto, na vida sexual.
Influência do tabagismo e do consumo de bebida alcoólica na vida
Cigarro
O cigarro contém em torno de quarenta mil compostos químicos, sendo 60 extremamente tóxicos e contribuintes para a etiologia de várias doenças, como distúrbios circulatórios respiratórios, neurológicos e oncológicos.
Um dos principais efeitos do tabagismo é a redução da vasodilatação dos tecidos endoteliais vasculares, levando a disfunção erétil e diminuição em 30% a estimulação genital, causando alteração da resposta sexual devido baixa vascularização uterina, clitoriana e labial.
A função orgásmica e a lubrificação também ficam prejudicadas em decorrência das alterações hormonais (andrógenos e estrogênios), podendo levar a sensação de insatisfação na relação sexual e/ou no relacionamento do casal.
Álcool
Em quantidades pequenas, a bebida alcoólica pode estimular o comportamento de euforia e ser facilitadora sexual, contudo, o álcool é depressor do sistema nervoso central, levando a retardo da função cerebral, respiração e fluxo sanguíneo; reduzindo a lubrificação vaginal, capacidade de atingir orgasmos e/ou insatisfação quando alcançado.
O papel do estresse crônico na disfunção sexual
O aumento do estresse crônico induz a altos níveis de cortisol que podem reduzir os níveis de esteroides gonadais e andrógenos adrenais, os quais estão envolvidos com o desejo sexual e a excitação genital.
O estresse pode alterar estados emocionais e cognitivos, impedindo que se concentre nos estímulos sexuais mesmo durante a relação.
Módulo Hormônio e Mulher na Nutrição Estética e Saúde da Mulher do MBNE 2022
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REFERÊNCIAS
MOLLAIOLI, Daniele et al. Lifestyles and sexuality in men and women: the gender perspective in sexual medicine. Reprod Biol Endocrinol. Roma, p. 1-11. 17 fev. 2020. Disponível em: https://rbej.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12958-019-0557-9. Acesso em: 02 mar. 2022.