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Matchá, a evolução do chá-verde na estética

O matchá é um tipo de chá-verde em pó, de sabor amargo característico e muito utilizado nas cerimônias de chá japonesas cerca de 800 anos atrás. Extraído da mesma planta da qual se origina o chá-verde, seu diferencial se encontra em seu processo de produção. Totalmente protegido do sol, o matchá é a primeira colheita da Camellia sinensis; depois de colhidas, as folhas são trituradas muito lentamente até que se transformem em pó, este processo artesanal garante que a planta não oxide e potencializa seus benefícios.

Estudos sugerem que a ingestão regular de matchá é capaz de auxiliar na redução das concentrações sanguíneas do colesterol total e do LDL-colesterol, porém são necessárias mais pesquisas para tal atribuição de benefício. Outros estudos apontam os flavonoides (catequinas) deste chá, em especial, a epigalocatequina galato (EGCG), como principal ativo para a redução do colesterol endógeno, contribuindo para a proteção de doenças cardiovasculares.

As catequinas encontradas no matchá são capazes de auxiliar na diminuição de peso corporal, gordura visceral e corporal e auxiliar na prevenção e tratamento da obesidade, pois essa planta possui propriedades antiangiogênicas, que podem prevenir o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade. A ingestão contínua de matchá ainda pode reduzir significativamente o consumo celular de glicose, acompanhado por uma diminuição da translocação do transportador de glicose GLUT-4 no tecido adiposo e estimular o consumo celular de glicose no tecido muscular esquelético. Outra função importante que colabora para o emagrecimento é a supressão da expressão e/ou ativação da adipogênese relacionada a fatores de transcrição.

Além disso, o matchá possui efeito termogênico, que se explica devido à interação das catequinas (principalmente a epigalocatequina galato) e da cafeína. Existem dois tipos de termogênese, a obrigatória ocorre pelo somatório de todo o calor produzido no organismo (taxa metabólica basal), estando este em vigília ou repouso, na temperatura ambiente e em jejum de pelo menos 12h. Já na facultativa ocorre uma produção de calor além da taxa metabólica basal, esta é a termogênese que ocorre ao ingerir esse tipo de chá.

Referências:

BATISTA, G. A. P. et al. Estudo Prospectivo, Duplo Cego e Cruzado da Camellia Sinensis (Chá Verde) nas Dislipidemias. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo ,  v. 93, n. 2, p. 128-134, Aug.  2009 .

FREITAS, H. C. P.; NAVARRO, F. O chá verde induz o emagrecimento e auxilia no tratamento da obesidade e suas comorbidades. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v. 1, n. 2, p. 16-23.  2007.

UEMOTO, M. Y.; COIMBRA, C. C. B. E.  A utilização da camellia sinensis na prevenção e tratamento da obesidade. Revista Uningá, v.16,n.2,pp.19-26, 2013.